Quando era miúda, pelo menos, um mês das férias de Verão eram passadas no Norte, em casa dos meus avós. Os netos começavam a chegar, e o baloiço, feito sempre na mesma pernada da gigantesca nogueira do quintal, tomava o seu lugar. Os gatos bebés fugiam dos miúdos barulhentos que faziam de tudo para os pegar ao colo. As vacas iam para os lameiros durante a noite e ficavam na loja durante as horas de maior calor. A avó ensinava-nos a fazer bolos e queijo fresco, o avô ensinava-nos a tirar o leite às vacas e deixava-nos fazer umas passeatas no lombo do burro. Manter-nos entretidos não era difícil. Não havia video jogos, não havia cento e tal canais de tv, mas nós já nos contentávamos com os dois canais portugueses e com os dois espanhóis que conseguíamos ver por estarmos tão perto da fronteira. Durante o dia andávamos no campo, tomávamos banhos de mangueira e apanhávamos fruta que comíamos ainda quente debaixo das árvores. Este ano, e como sempre, num dos passeios de fim de dia até a um dos terrenos da minha avó apanhámos amoras, que fomos comendo ao longo do caminho. As que sobraram foram para fazer este doce.
Ingredientes:
200 ml de Natas
300 ml de Leite
3 Gemas
100 gr. de Açúcar
40 gr. de Amido de milho (Maizena)
Casca de limão
3 Gemas
100 gr. de Açúcar
40 gr. de Amido de milho (Maizena)
Casca de limão
Amoras Silvestres q.b.
Misture o açúcar com o amido de milho, um pouco de leite e as gemas e reserve.
Misture o restante leite com as natas e a casca de limão, num tacho, e leve ao lume até ferver.
Verta sobre a primeira mistura, mexendo bem. Leve de novo ao lume, mexendo sempre até levantar fervura e engrossar.
Retire do lume e coloque o creme numa taça de servir ou em taças individuais. Eu optei pelas antigas travessas de metal pintado da minha avó. Deixe arrefecer e cubra com as amoras silvestres. Sirva bem fresco.
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